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sexta-feira, 27 de maio de 2011

O desmaio


-Adeus Paris! – Foi a última fala da peça.
Acabou a peça, eu me troquei, tirei a maquiagem e sai correndo para encontrar uma garota que tinha marcado um encontro comigo. Não precisei correr muito, ela estava na platéia. Claro ela foi me ver aquela noite.
Ela chamou umas amigas, que também viram a peça e então fomos tomar uma cerveja...
Cerveja?... 
Chegamos em uma balada, numa travessa da Augusta, que não me lembro o nome, era quinta-feira dia 2, e a festa era a fantasia???
Se eu soubesse não me apressava tanto para me trocar e tirar a maquiagem.
Paguei cincão para entrar, dizendo adeus para duas cervejas!...
Dancei, dancei muito com a gatinha e bebi, bebi também.
Dançamos mais um pouco e eu bebendo cerveja, resolvi beber mais. Pedi uma caipirinha. Bebi mais!
Hora de ir embora! Ela acorda cedo para o trabalho, eu estava de folga, dormiria até tarde, ou melhor, até a tarde.
Eu ofereci minha cama, ela disse:
- Preciso te conhecer melhor!
Eu pensei...
-Existe melhor forma?
Mas não dizendo nada permiti que ela me deixasse próximo da minha casa, à caminho da dela.
Deixou-me no posto, Consolação com Caio Prado, próximo a minha casa... E próximo a um boteco bacaaaaanã, que fica naquela praça!
Não sei se vocês perceberam mas naquela história toda de cincão, dança, bebida, mais bebida e  bebida, eu tentei ficar com o isqueiro dela, Mas ela “malaca”, conseguiu ficar com ele pra si...
- Vou naquele boteco bacaaaaanã, ver se arrumo um isqueiro para acender o meu cigarro. Pensei.
Fui.
- Boca, cara, beleza?
- Beleza Bigu?!
- Cara eu quero beber! Já bebi, estou solteiro e quero beber mais!!!
- Nós já estamos tomando umas aqui!
- Não, eu não quero tomar não, eu quero é fumar um!!!
- Eu tenho um aqui, só falta a seda!?
Saio para procurar a seda, em quem esbarro?!
- Barba...
- Você sabe quem tem?
- He, eu iria perguntar a mesma coisa!
- Hoje estou de folga quero chutar...
- Depois a gente conversa...
Arrumei a seda, voltei, ele me passou, eu fui ao banheiro, bolei.
Voltei, dei um sinal ao Barba, atravessamos a rua e pimba...
Começamos a falar de Shakespeare, Hamlet!
-Viram o Wagner Moura no Hamlet?
Um, - Eu vi! Outro, - Ainda não vi, mas preciso ver!
- O cara arrebenta...
- Ele tem a malandragem do Personagem...
- Ele fez um Hamlet como nós (nosso tempo)...
- Ele entendeu o personagem...
- E tem tipo...
- Tipo?
- É, tipo, o bom ator é aquele que faz bem o personagem que lhe cabe!
- E é verdade, todos nós temos limitações, é normal do ser humano, não é tudo que vamos conseguir fazer, mas fazer bem seu papel, do personagem que lhe cabe, é o que faz o bom ator.
Retornamos para o outro lado da rua, o lado do Boteco bacaaaaanã.
Conversando, Barba estava falando, ainda sobre Shakespeare, quando senti que algo estava estranho... Meu batimento cardíaco não estava normal, sentia a necessidade de me sentar, não achava cadeira, encostei na parede, perguntaram se eu estava bem, a vista escurecia, disseram a palavra sal...
Acordei e estavam me levantando do chão. Disseram:
- Lipotímia !
- Desmaio Bigu, desmaiou... Você está bem?
- Ah?
Acordei de novo! Me seguravam.
- ...levar pro hospital!
- Que hospital, ele precisa de sal.
- Traz sal!
Comi sal, me levaram para fora e trouxeram uma coca.
Conversaram comigo e eu disse que estava bem.
Bem, eu estava melhorando!!!
Melhorei.
- O que aconteceu?
- Você desmaiou cara?
- Desmaiei?
- Eu já te vi no chão!
- Cai no chão?
- Caiu, mas eu te levantei, segurei seu queixo, você fazia – Haanaam! – Haanaam – Haanaam! Para você não parar de respirar!
- Caraca o negócio foi trash!
- Não que isso, não foi nada, já vi piores..
- Fazia tempo que eu não passava mal assim!
- Se eu soubesse teria vindo também.
- O bagulho era bão!

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